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Histórico

A preocupação quanto à função social do museu e das práticas museológicas motivaram estudiosos e pesquisadores de museus a intensificarem suas críticas ao modelo tradicional europeu de museu como uma insituição preocupada exclusivamente com a preservação de objetos (coleta, documentação, conservação e exibição de objetos); um espaço para contemplação, templo para a experiência estética. Atribuir uma função social ao museu e ao patrimônio cultural foi um dos principais interesses do Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM), que propôs um novo foco de atenção das ações preservacionistas (identificação, pesquisa, documentação e comunicação) ao ser humano, à coletividade e à promoção social. Nessa perspectiva, o museu torna-se um espaço aberto às preocupações do mundo contemporâneo.

Três aspectos que diferenciam o tradicional do contemporâneo

 

- Quanto ao espaço físico (da edificação ao território musealizável).

- Quanto à museografia (a exposição como meio de comunicação de museus).

- Quanto ao modelo de gestão (participação da comunidade na administração e na preservação do seu patrimônio e da sua identidade cultural).

 

O museu passa a ser visto como uma instituição capaz de promover a preservação, a valorização da história, da memória e tradições locais. Integrado à comunidade, busca promover sua participação para a valorização da sua cultura e da sua identidade.

Mais que um espaço de contemplação, o museu transforma-se em um instrumento capaz de promover a inclusão social e contribuir para o desenvolvimento individual e coletivo, não deixando de ser um equipamento socioeducativo e de lazer. O processo de construção teórico-metodológico dessa inovadora proposta está registrado em documentos produzidos nos encontros promovidos pelo Conselho Internacional de Museus - ICOM e UNESCO -, com a finalidade de estabelecer um modelo de museu comprometido socialmente e politicamente com a sociedade da qual faz parte. Três desses documentos - As Declarações de Santiago do Chile, de 1972; de Oxatepec, no México, de 1984 e a de Caracas, de 1992 - foram produzidos especificamente tendo em vista a realidade política, social e histórica da América Latina, já que naquele período surgiam na Europa e na América do Norte propostas alternativas de museus coerentes com seus contextos históricos e socias.

8ª Primavera dos Museus
Território Indígena Xakriabá

Esses documentos são referenciais importantes para a conceituação de ações sociomuseológicas e do desempenho social de museus. A Declaração de Quebec (1984) tem a sua importância devido nela constar o reconhecimento pela comunidade museológica do movimento gerador da Museologia Social, o MINOM (Movimento para uma Nova Museologia). 

 

Origem

Na década de 70, período de produção do primeiro documento, a Declaração de Santiago, acontecia uma série de transformações comportamentais em relação aos modelos políticos, éticos, sexuais e outros. Emergiam propostas contrárias aos padrões vigentes, como os movimentos libertários da contracultura,  o movimento  feminista,  o movimento ecologista, dos direitos humanos e das minorias, o movimento pela democratização da cultura e da justiça social. Nessa atmosfera de contestações, a comunidade museológica questionava o modelo tradicional da instituição museu, alheio às questões sociais e sua percepção elitista de patrimônio cultural, reivindicando e propondo um modelo de instituição com compromisso e práticas sociais. A Declaração de Santiago foi o resultado do encontro de museólogos latino-americanos no Chile. A Mesa Redonda de Santiago teve como tema: O papel do museu na América Latina. Ali teve início um processo que transformaria as práticas museológicas como também a função da instituição museu .

 

Documentos

- Declaração de Santiago do Chile, 1972 : Princípios do Museu Integral.

- Declaração de Quebec, 1984: Princípios de base de uma nova museologia.

- Declaração de Oaxtepec, 1984: Patrimônio - Território - Comunidade

 

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